Prof. Chafic Jbeili – www.chafic.com.br
Como é mágico, quase divino quando encontramos no nosso caminho ou na convivência diária pessoas perceptivas, conscientes de si e do outro. Este tipo de pessoa não apenas é sempre mais conveniente em sua postura e trato com os demais (respeito, carinho, confiança, credibilidade etc), como também o conteúdo de suas conversas é sempre edificante (melhora o outro).
Pessoas perceptivas, conscientes de si e do outro deixam sempre muito de si em nós. Por isto estão sempre sendo requisitadas. Suas presenças sempre cobradas (e suas ausências notadas).
É diferente com pessoas alheias e inconscientes de si, eue não colocaram para funcionar o famoso “desconfiômetro”, mal percebem a inconveniência de suas palavras, de seus gestos, de seus atos. Mas até aí tudo bem, pois ninguém é obrigado a nascer consciente de si. Aliás, todo recém-nascido tem comportamento inconveniente, por natureza. é uma questão de sobrevivência e por isto compreendemos melhor as crianças do que adultos, em suas atitudes inconvenientes.
Acontece que a criança criada sem modos, sem referência de postura, entre outras tantas coisas, invariavelmente será um adulto mal educado, sem modos, que não aprendeu a policiar seus pensamentos e maneiras de agir, também por isto, se tornará um adulto mal querido, indesejado, antisocial, inconveniente.
Há pessoas que se assentam no ônibus com as pernas abertas ou os braços sobre o apoio central, ocupando mais da metade de seu espaço. Outras esticam as pernas pelos corredores do ônibus, do consultório, da casa e não recolhem o “trem de pouso” para o outro passar. Outras pessoas falam alto quando conversam ou atendem ao telefone; é bem provável que também contam piadas em enterro e certamente comentam do que lembram exatamente no momento crucial do jornal ou do filme. São os mesmos que pegam emprestado e não devolvem, comem o seu lanche e ainda riem dizendo: “eu estava com fome e peguei sua maçã!”.
Fazem tudo isto e também bocejam sem tapar a boca com a mão, tossem na sua nuca porque inconscientemente elas dizem: “Eu não pedi para nascer e você agora é obrigado a me agüentar...” ou ainda “Vocês vão ter que me engolir”.
Para o inconveniente todos são agraciados ou culpados por sua inestimável ou indesejada existência. Ou acreditam que são mais especiais do que os demais e por isto podem tudo; ou porque se sentem um peso, mas como não pediram para nascer, então punem as pessoas com a sua grosseria.
Como é bom lidar com pessoas que aprenderam bons modos e mantém a mínima postura, trivial para o convívio do dia a dia. Eu mesmo me policio para ser o mais leve possível na presença do outro, seja na rua, no consultório, na escola ou mesmo em minha casa. Ambientes comuns exigem pessoas conscientes de si para que haja convívio harmonioso e produtivo. Esta é a minha batalha diária!
Para o filósofo Platão o objetivo da Educação, seja ela no seio familiar ou no meio acadêmico é desenvolver e enaltecer a virtude e o desejo de converter a pessoa ou converter-se a si mesmo num bom cidadão, portanto, eduque as crianças no caminho em que devem andar e não será preciso punir os homens. Eduque-se, ainda que dizendo para si mesmo: Se liga!
Amor eterno
Há 10 anos
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