Neste momento especial para a criança tem de tudo: diversão, estímulo ao desenvolvimento, criatividade e até autoconhecimento. Veja aqui como enriquecer ainda mais esse momento.
(Cristiane Rogerio e Marina Vidigal)
O lápis fica no meio da pequena mãozinha, procurando o equilíbrio. A ponta encosta o papel e - meio reto, meio torto - o risco sai. O autor esboça um sorriso, olha para o adulto, procura cumplicidade no grande feito. Imaginem a emoção que vive a criança em seus primeiros traços. O que você precisa saber para este momento artístico comum a todas as crianças ser ainda melhor.
1 - Expressão e emoção. A criança tem uma intensa elaboração mental enquanto desenha. é comum, enquanto o lápis risca o papel, ouvir as crianças narrando histórias que se passam com os personagens que traçam. é como o que acontece no brincar.
2 - Fases e estilos. Por mais que, no geral, a criança comece pelos rabiscos por prazer e vá mudando o traço até chegar a formas mais reais, essas fases não são fixas. Ao longo da infância, as crianças podem ir e voltar várias vezes em determinados estilos, fazer um desenho característico de uma fase pela manhã e, à tarde, esboçar um desenho próprio de outra. E é por isso que não é adequado classificarmos os desenhos como bom ou ruim. O desenvolvimento da criança por meio do desenho não tem uma característica linear.
3 - Diferentes materiais. Procure oferecer diferentes suportes e riscadores para seu filho. Papéis de diferentes texturas, cores e tamanhos, como lixa, papelão, papel canson, papel vegetal... Quanto maior a variedade, melhor. Entre os riscadores, varie os tipos de lápis, giz de cera e canetas. Cada material vai proporcionar um desenho diferente e, quanto maior a variedade, maiores as experiências das crianças.
4 - Espaço para desenhar. Tenha em casa um cantinho onde seu filho possa desenhar, vale até ser no chão, caso ele prefira. Um caderno de desenho e um estojo com lápis apontados, gizes de cera e canetinhas devem sempre estar à mão. Se forem pincéis, tintas ou canetinhas, forre um pedaço do chão e deixe a criança à vontade.
5 - Um mundo novo. Desenhar é um reflexo do descobrir. Além de abrir um enorme leque para a expressão e a fantasia, o desenho também contribui para a exploração do real, já que chama a atenção para os seres e objetos e desperta a atenção para formas, texturas, tamanho, cores, volumes e proporções.
6 - Observar e lembrar. é comum as crianças desenharem de acordo com a lembrança que têm dos objetos - e não os observando. Procure ajudar seu filho a despertar para o olhar. Use o cotidiano. Chame a atenção dele para uma janela grande, para as cores da água do mar, até para o desenho no chão com as gotas de água saídas de um regador, por exemplo. Descubram juntos texturas, formatos de folhas e de nuvens...
7 - Pais não são os grandes modelos. Resista ao desejo de mostrar como desenhar. Apesar de desenhar em família ser ótimo, cada um deve ter seu espaço e seu traço.
8 - Crie referências. Visite museus, galeria de artes e onde tiver exposições que possam ser boas referências de arte para a criança, converse sobre o que for visto, o estilo do artista, compare. Livros infantis são também excelente estímulo - talvez o primeiro contato deles com uma obra de arte!
9 - Use fotografias. Para o francês Henri-Cartier Bresson, a maior referência em fotografia no mundo, a foto é um meio de desenhar. Fotografias podem render ótimos exercícios. Em uma exposição, por exemplo, converse com a criança sobre as formas, como pessoas diferem de objetos, os ângulos. Outra atividade bacana é colocar uma folha de papel vegetal por cima de uma foto e, com um lápis, permitir que ela descubra as linhas principais e, quem sabe, a poesia que há nas grandes fotografias de todos os tempos (na internet há milhares de exemplos como sites de grandes fotógrafos ou temáticos).
10 - Não serve como avaliação psicológica. Muita cautela para usar o desenho como uma avaliação de aspectos intelectuais ou emocionais da criança. Chega a ser perigoso dizer, por exemplo, que cores escuras no desenho denunciam crianças deprimidas, por exemplo. Apenas em consultórios de psicólogos, em meio a várias outras ferramentas, eles podem ser usados para avaliação dentro de um contexto mais amplo.
Fontes: Laïs Krücken Pereira, especialista em psicologia de desenvolvimento humano, Ana Paula Martinho, coordenadora da área de artes da escola Estilo de Aprender (SP), psicóloga Mônica Cintrão, Kika Almeida Mendes, tutora de Artes da Educação Infantil da Escola Viva.
Prof. Chafic Jbeili
Psicanalista e Psicopedagogo
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Amor eterno
Há 10 anos
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