Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br
Olá Franco , sempre escrevo os textos de segunda-feira inspirado em algum acontecimento mais marcante durante a semana. Não aconteceu nada fora do âmbito pessoal que valesse a pena ocupar o meu tempo escrevendo ou o seu tempo lendo!
O que, por exemplo, eu poderia escrever com algum proveito sobre o horário eleitoral digno do país de Pinóquio, com políticos gastando milhões de reais para se eleger a um cargo com salário de pouco mais de 10 mil por mês, enquanto anuncia honestidade e seriedade?
O que eu poderia escrever com algum proveito sobre imprudência e falta de educação no trânsito?
O que eu poderia escrever com algum proveito sobre o oportunismo de pseudo-amigos que ignoram o bom se nso e vituperam a boa fé, para não dizer a nossa mínima inteligência?
O que eu poderia escrever com algum proveito sobre a propaganda enganosa de um chuveiro queimado que só tinha embalagem e preço?
O que eu poderia escrever com algum proveito sobre o infeliz retorno do “rei dos ringues” em horário nobre da TV incentivando mulheres a desenvolverem corpos musculosos e a se digladiarem, enquanto educadores arduamente tentam atenuar a violência na sala de aula?
O que eu poderia escrever com algum proveito sobre o vídeo mais assistido na semana (top 10!) onde há um adolescente caindo de uma mesa?
O que eu poderia escrever com alguma audiência sobre qualquer coisa que eu e você Franco possamos chamar de “edificante”, enquanto centenas de monografias são despejadas por renomada faculdade nos lixões de Brasília?
Então, observei que cada parte do nada representava o vazio que boa parte daquelas pessoas estão vivendo. Quanto maior a quantidade de bens e serviços anunciados na mídia, mas por alguma limitação financeira são quase que impossíveis de serem adquiridos por todos, resta ao sujeito encontrar uma forma para anestesiar-se da dor de não ter aquilo que foi cobiçado. Usufrui-se de qualquer coisa como se fosse a melhor coisa do mundo, ainda que seja o nada, o vazio, o oco!
O jeito é ser realista com as expectativas e mantê-las sob controle. Não há muito que se esperar das pessoas, em especial dos ludibriosos candidatos; dos insolentes motoristas; da embustice marketeira nos super-chuveiros feitos de pipoca; das perniciosas recreações televisivas que incitam por atacado o que educadores tentam amenizar à varejo... Chega! Já escrevi muito so bre nada!
Diante de tanto nada, sugiro um desafio a mim e a você Franco : Ficar de olho nas nossas expectativas para que elas não saiam da dose saudável. Pensemos bem onde (ou em quem) temos investido expectativas erradas, mal dosadas e, ao invés de esperar mais do que se possa conseguir de verdade, tomemos a iniciativa de compreender e tolerar mais do que cobrar e comparar. Não será fácil, eu sei, por isso é um desafio! Topa?!
Amor eterno
Há 10 anos
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