da Agência Folha, em Curitibacolaboração para a Agência Folha
Para tentar evitar casos de violência dentro das escolas, instituições públicas de diferentes cidades brasileiras têm adotado medidas polêmicas. As ações incluem a adoção de um "botão do pânico" --como ocorre em Vila Velha (ES)-- e a aplicação de medidas disciplinares contra os alunos --caso de Campo Grande (MS).
Na cidade da região metropolitana de Vitória, 50 escolas da rede municipal estão sendo monitoradas por câmeras. Quando uma briga ou qualquer outro ato violento é identificado nas telas, os diretores acionam o "botão do pânico", um sistema ligado a uma central de segurança, que envia agentes ao local --se necessário, solicita ajuda inclusive à Polícia Militar.
As escolas de Vila Velha também têm detectores de metais que fazem uma revista nos estudantes.
Com o botão, um veículo da chamada patrulha escolar chega à escola em menos de dez minutos. O sistema ajudou a diminuir em cerca de 60% o número de episódios de agressão dentro das instituições de ensino.
A diretora Adriana Bertulani, que dirige uma escola localizada num ponto crítico do município, disse que as medidas estão fazendo com que os alunos se sintam mais seguros. "O objetivo não é vigiar, mas sim prevenir para que não ocorram eventuais casos de violência."
Limpeza do pátio
Em Campo Grande, o Ministério Público, em parceria com as secretarias estadual e municipal de Educação, começou a adotar, desde o mês passado, a "ação educativa": o aluno que cometer algum ato agressivo pode ser penalizado com uma tarefa, como limpar o pátio da escola, lavar louça da merenda ou organizar a biblioteca.
Segundo a assistente social Rosângela Quintana, da Promotoria da Infância e Juventude, as ações já foram impostas a alunos de cerca de 40% das 175 escolas públicas da cidade.
A penalidade só é imposta quando se esgotam todas as medidas internas na instituição. O caso é levado à Promotoria, que autoriza o "castigo" --com aval inclusive dos pais dos alunos.
Na escola estadual Ada Teixeira dos Santos Pereira, região norte de Campo Grande, um dos alunos teve que lavar louça depois que jogou a merenda no ventilador --infração considerada gravíssima.
Já a também escola estadual Jardim Europa, de Toledo (536 km de Curitiba), comemora a redução de 80% nos casos de violência depois de ter tomado uma medida extrema em 2007: determinou que os alunos cumpram a hora do recreio dentro da sala de aula.
O objetivo era evitar a presença de traficantes misturados entre estudantes no intervalo. Por isso, quando o sinal do recreio é acionado, as turmas saem uma por vez para ir ao banheiro sob supervisão dos funcionários. Em seguida, voltam às salas para comer a merenda.
KAMILA RANGEL, SILVIA FRIAS e DIMITRI DO VALLE
Amor eterno
Há 10 anos
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