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O tema integração social na empresa é um desafio enorme tanto para os gestores quanto para os membros de uma equipe. Fazer com que todos se dêem bem e trabalhem harmoniosamente é realmente uma arte.
Ser cooperativo onde há competitividade é, na verdade, uma neurose. Em termos práticos, não há como colaborar com um colega e torná-lo bem sucedido em uma situação em que cada qual precisa se destacar cada vez mais, até mesmo para garantir sua posição ou o próprio emprego.
A área esportiva, em especial, nas modalidades individuais como fórmula-1, natação etc é uma demonstração clara de que cada qual precisa dar o máximo de si sem que se cogite a possibilidade de apoiar o outro a vencer. De forma diferente, em um time de futebol ou de vôlei, cada membro precisa trabalhar colaborando com o colega para que o time, e não a pessoa vença a disputa. Muitas vezes há desentendimento dentro do time, pois há aqueles que querem fazer o gol para ganhar destaque especial.
Os exemplos do que acontece no âmbito esportivo pode ser facilmente reproduzido no espaço de trabalho de uma empresa ou de uma escola. Sempre haverá membros de uma equipe que trabalha sozinho e, por isto, adota estratégias individualistas e há também aqueles que necessitam um pouco mais de destaque e, então, mesmo trabalhando em equipe querirá um destaque especial.
Contudo, modalidades de esporte ou de comportamento à parte, a integração social não se limita ao modus operandus da equipe em si. Outras nuanças são necessárias para que haja alguma harmonia ou, pelo menos, que sejam preservados os direitos de cada pessoa que compõe uma equipe. Cada pessoa precisa ser respeitada em sua essência, mesmo que ela não concorde umas com as outras pessoas da equipe nos aspectos de gostos pessoais, de idéias ou profissionalmente.
Entre estas nuanças facilitadoras da integração social na equipe, Walton destaca ações que visam, por exemplo, coibir qualquer tipo de preconceito no ambiente de trabalho. Isto garante as condições mínimas de respeito. As brincadeiras de mal gosto, por exemplo, que aparentemente se mostram inofensivas, podem ser verdadeiras ofensas, como piadas que envolvem nacionalidades: turco, português etc, ou piadas com gaúcho, baiano, mineiro etc.
Freud dedicou um livro somente para falar sobre os chistes e a relação com o inconsciente. Toda brincadeira tem um fundo de verdade e traz uma revelação do que a pessoa realmente deseja. A ofensa em forma de brincadeira pode ser, entre outras coisas, a sublimação de uma opinião que se dita de forma convencional, séria, poderia configurar crime de discriminação.
Outra nuança facilitadora da integração social é o tratamento igualitário entre os membros. Quando uma pessoa é tratada de forma mais especial, com regalias e mais flexibilidade, enquanto outra pessoa da mesma equipe é mais cobrada e exigida, então há incoerência na gestão e ao invés de produzir harmonia será gerado ciúme e desavença entre os membros, tal qual acontece eu uma família onde os pais dão tratamento diferenciado ao cada um dos seus filhos. é preciso que haja uma única regra para todos. O que um pode, todos devem poder. As exceções de concessões especiais devem ser tratadas com todo o grupo, ao invés de ser uma decisão unilateral do chefe.
Outro aspecto fundamental é o espírito de equipe. O senso comunitário deve prevalecer na ambiência do trabalho. As palavras de incentivo e os elogios precisam ser dirigidos a toda a equipe e não apenas a um ou outro membro. As atividades colaborativas precisam prevalecer sobre as competitivas. Necessário se faz conscientizar cada integrante do grupo que o outro é responsabilidade dele também, e que ele é responsabilidade dos colegas. Assim, cada qual deve entender-se tanto como parte cuidadora do grupo como parte cuidada. Neste caso, vale a pena lembra o velho chavão dos mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”. O trabalho das abelhas e das formigas é um bom exemplo de dinâmica para incrementar o senso de corpo no grupo.
Enfim, a integração social é promovida, sobretudo, com ações justas e equivalentes para todos os membros que compõe uma equipe. Não pode haver espaço para distinções ou discriminações de qualquer natureza. As insinuações que evidenciem preconceito, racismo, distinções, privilégios e outros de igual teor precisam ser evitados e coibidos em favor da harmonia do grupo para que cada um se sinta integrado socialmente ao grupo de trabalho onde executa suas tarefas diariamente.
A idéia da integração social não é necessariamente fazer com que toda a equipe se entenda e todos se tornem grandes amigos uns dos outros. Na verdade, a individualidade deve ser respeitada e mesmo que haja discordância de opiniões entre os membros ou não saia uma grande amizade entre os colegas de equipe, cada integrante precisa se sentir parte igualitária do grupo, onde todos sentem ter a mesma importância para a instituição e, assim, decidam cooperar uns com os outros em prol do objetivo geral da equipe e não apenas de uma estratégia separatista e individualizada.
O quinto pilar da Qualidade de Vida no Trabalho é a integração social. Este pilar é perfeitamente adequado e aplicável em todo e qualquer lugar onde haja necessidade de ações conjuntas. Onde houver duas ou mais pessoas imbuídas em uma missão comum, ali deve haver integração social.
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