Prof. Chafic Jbeili – www.unicead.com.br
Dia 15 de outubro comemora-se o dia do professor, este profissional cuja função principal está permeada na multiplicidade de papéis que precisa desempenhar em sala de aula. De tantos papéis secundários e terciários que lhe são cobrados, exigidos, inspirados e até constrangidos representar em sala de aula e na vida dos educandos, perdeu-se de foco o papel principal que lhe cabe de fato: o de educar formalmente o sujeito!
Educar é o mesmo que incentivar o gosto pela aprendizagem, desenvolver habilidades, aprimorar conhecimentos, mediar informações estratégicas e formar o cidadão. Educar é subtrair a genérica ignorância das pessoas e iniciá-las na ecleticidade cultural para sugerir horizontes de acordo com as vocações percebidas. Educar é balizar saberes para o bem viver pessoal, social e profissional dos educandos em todas suas fases. E isto é pleito antigo!
Desde 1827 quando Dom Pedro I baixou o Decreto Imperial criando o Ensino Elementar no Brasil já se discutiam política didático-pedagógica, disciplinas curriculares, questões salariais, entre outros assuntos constantes nas pautas modernas sobre Educação. De lá pra cá várias ações foram sugeridas por meio de projetos e portarias, mas muito poucas mudanças significativas foram efetivadas. Dentre as ações de estímulo está a comemoração do dia do professor, como se um dia de festa, com escolas fechadas e vazias, servisse de fato para dignificar a profissão docente, como prevê o Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. E isto é engodo antigo!
Passados cento e oitenta e três anos do Decreto Imperial e quarenta e sete anos do Decreto Federal fundamentando a Educação no Brasil e homenageando o profissional educador, respectivamente, percebe-se que muitos avanços foram inseridos nas escolas, porém a discussão de base sobre a classe profissional permanece estática, sem grandes alterações, sem maiores incentivos, sem novas perspectivas, mas com muitas promessas e esperanças, sim!
A docência é a profissão do passado, do presente e do futuro. Os países que passaram por grandes guerras e se viram arruinados descobriram que a Educação é o alicerce que dá crescimento sustentável e tecnológico a toda sociedade. Sem registro, transmissão, manutenção e aprimoramento do conhecimento é impossí vel uma pessoa ou uma nação se desenvolver e sobreviver com decência. Por isto o professor precisa e deve ser reconhecido e estimado por todos.
A mediação do conhecimento é uma arte extremamente honrada e valorizada nos países orientais. Os principais países mais ricos do mundo são aqueles que no passado, por alguma razão tradicional ou necessidade de sobrevivência investiram majoritariamente em educação e valorizaram o profissional docente. O Brasil parece despertar para a valorização (ainda que timidamente) na Educação e no professor. E isto é sinal de bons tempos!
Educadores também precisam investir em suas carreiras, zelar pela formação continuada. Mesmo ganhando pouco, é preciso fazer sacrifícios e investir em capacitações de qualidade ao invés de procurar cursos e livros pelo preço apenas. Fico triste quando vejo educadores maltrapilhos; falando e escrevendo muito mal; sem acesso a internet; se acabando para granjear o pão de cada dia, às vezes sendo obrigado a se comportar como mendigo e, como quem tem a mão estendida e em formato de concha, rezinga como se vivesse da caridade alheia. O que vamos comemorar agora?
O educador no Brasil precisa ser tratado como o desbravador das fronteiras mentais, aquele que sugere infinito horizonte onde antes só se conseguia ver o alto e chapiscado muro da ignorância compelida. Ele tem o mapa do bom senso e a bússola da inteligência. Ora se faz de placa indicativa, ora se faz de guia. O educador sabe onde encontrar as informações e se dispõe andar junto o caminho da aprendizagem, orientando pessoas nas trilhas do saber.
O educador é o alquimista que facilita o processo de transmutação da in formação em conhecimento. Por isto, precisa conhecer bem os elementos que intelectualmente maneja, porque ao provocar conhecimento também faculta ao educando degustar poder. O poder do saber e o domínio do não-saber.
O educador de hoje provoca idéias, estimula raciocínios, faz pensar, facilita encontrar ou construir soluções para o bem. Ele seduz o tímido e o excluído para excitar suas criatividades e provocar regozijo de realizações e relações produtivas. O educador trata a coisa séria de forma lúdica e desvela nas sórdidas brincadeiras coisas sérias demais.
Neste contexto imagine que em sala de aula, por nano segundos, o educador é sem saber ou notar: o juiz, o réu, o médico, o psicólogo, o pai, a mãe, a tia e a avó, o deputado e o delegado; é o vendedor e o comprador; em baixador e advogado; o coisa-ruim e o santo. Nestes papéis, sendo tudo para todos em um momento, no final da aula corre o risco de sair sentindo-se um ninguém, porque todo aquele que muito se doa, natural que em algum momento se sinta vazio. Em outro momento sai da sala se achando “o tal” (e realmente foi!), mas somente até a próxima reunião pedagógica, quando será cobrado daquilo que não lhe foi instruído ou oferecido suporte, daí volta à estaca zero, sem saber o que realmente faz ali, naquela reunião, naquela escola, naquela profissão e principalmente sem saber qual será o seu próximo papel.
A todos os professores, com todo meu respeito, carinho, admiração e gratidão, feliz dia dos professores!
Prof. Chafic Jbeili
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